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Opinião

Estado de choque

Quando chegamos ao ponto de pedir a solidariedade básica, podemos soar ingénuos como escuteiros ou desesperados como povo. É nesse ponto de fragilidade essencial que estamos

Morre um português de covid a cada seis minutos e meio. Aos mais de 200 óbitos causados pelo vírus somam-se mais 56 óbitos diários “em excesso” por outras causas. A pandemia ceifa a toda a brida, direta e indiretamente, num SNS que já só consegue ser SOS. Pelo desandar desta carruagem descontrolada, em dez dias podemos ver em Portugal cenas aterrorizantes como vimos em Espanha e Itália há dez meses. Já se escolhem vidas - e portanto já se escolhem mortes. Covid e não covid. Isto não é já um Estado de Emergência, é um estado de choque, o que tem de servir para mais do que culpar, tem de servir para a decência individual da solidariedade coletiva.

É preciso fechar tudo, já, e ter um discurso de liderança em vez da insegurança de mudar medidas de três em três dias, mas não basta culpar o Estado porque não tem hospitais ou transportes públicos, o Governo pela incompetência de esperar o melhor sem se preparar para o pior, o Presidente pelo aligeiramento e o Parlamento pelo Natal. Agora nós. Agora e sempre: nós. Fazer tudo começa por ser fazer nada, ficar em casa. E usar máscara e lavar a porcaria invisível das mãos. E acudir aos pais mais velhos. E ensinar aos filhos mais novos que não, não podem andar na rua em grupos de carnaval sem máscaras.

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