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sábado, 15 de agosto de 2020

Se quiserem ligar a linha de Cascais à linha da cintura ...

 



A  figura representa o esquema unifilar (1 traço <> 1 via dupla) do nó ferroviário de Campolide.

Trata-se de um nó complexo, que se foi complicando ao longo dos anos, e que assegura a interligação entre as linhas de Sintra-Rossio, Sintra-Azambuja, Lisboa-Faro, Lisboa- Setubal, Azambuja-Alcantara Terra.

Serviços de passageiros, interurbano, regional e suburbano, e de mercadorias. Apenas alguns troços estão quadruplicados (Cacem-Benfica, Alverca-Braço de Prata, Roma Areeiro-Sete Rios).

A ilustrar a complexidade há a pequena história , na colocação em serviço do "interlocking" (encravamento) computadorizado nos fins dos anos 90 (um dos primeiros nas linhas da CP), o sistema ter sido desligado para correção (aliás rápida) de uma deficiência no software.

Temos agora a confirmação de que o governo pretende remodelar a linha de Cascais com a sua ligaçao à linha da cintura, através do nó de Campolide.:

https://www.publico.pt/economia/noticia/linha-cascais-infraestrutura-comboios-novos-ate-2023-1927863

Pessoalmente, há muito que defendo a ideia que a remodelação da linha de Cascais deveria integrar o estudo com debate aberto de um plano de mobilidade de toda a AML. 
As carateristicas da linha parecem-me mais de um metropolitano do que um suburbano, e pelos vistos, quando se usa o argumento de que se quer agora ligar Cascais às estações de Lisboa da linha da cintura, parece que tambem concordam. 
Há ainda a questão dos isoladores para 25 kV em ambiente salino agressivo e do material circulante de 25 kV AC ser mais pesado por causa do transformador do que o material para 3 ou 1,5 kV DC (este com o inconveniente de precisar de mais subestações). 
Existe ainda a tentação de "urbanizar" o troço Alcantara-Cais do Sodré, o que terá o apoio dos fundamentalistas do "impacto visual". 
A construção da estação subterranea de Alcantara será extremamente dispendiosa. São aterros e sedimentos que de acordo com as regras da arte se recomenda construção em estacaria, por exemplo viadutos, mas nunca se quis estudar a sério o nó de Alcantara nem a revisão do plano de urbanização de Alcantara.
No esquema unifilar acima do nó de Campolide, onde a linha de Cascais ligará à da cintura, vê-se que só há quadruplicação das linhas em pequenos troços.
Isto é, pretende-se inserir tráfego suburbano/metropolitano na linha da ponte 25 de abril, em que já hoje os suburbanos impedem o tráfego sem atrasos do intercidades. Seria necessário sextuplicar o troço Sete Rios-Oriente, o que não tem nada de razoável.
Tudo questões que deveriam ter sido estudadas a seu tempo. Infelizmente basta deixar passar o tempo e pedir à senhora comissária da coesão uns fundos para ficarmos colocados perante factos consumados. 
Mas quem sou eu para mudar este estado de coisas.



PS em 14mai2022 - dada a insistência governamental na ligação da linha de Cascais à de cintura, junto a ilustração da quadruplicação do eixo norte sul que seria necessária para não afetar os serviços interurbano, regional, suburbano e de mercadorias, e a ligação para um texto complementar de anterior parecer sobre o prolongamento da linha vermelha para Alcântara Terra supondo a desistência da ligação da linha de Cascais à de cintura e da ligação da linha circular do metro entre Estrela e Cais do Sodré:











PS em 21set2022 - na sequencia do anúncio da elaboração do projeto de quadruplicação da linha entre Roma Areeiro e Braço de Prata             https://lisboaparapessoas.pt/2022/09/19/ip-quadriplicacao-linha-de-cintura-sintra-chelas-olaias-braco-de-prata/       completa-se o esquema do nó de Campolide com a referida quadruplicação. Mantêm-se as objeções à ligação da linha de cintura, de vocação longo curso, à linha de Cascais, de vocação metropolitana

Apresentando o esquema de outra forma, com ligeiras transformações topológicas, poderá observar-se melhor a dependência da linha Norte-sul relativamente ao tráfego suburbano e regional



sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Modernização da linha de Cascais em dezembro de 2022

 

Artigo de 7 de dezembro, bem documentado, em Lisboa para pessoas:   https://lisboaparapessoas.pt/2022/12/07/linha-de-cascais-modernizacao/ 

O meu comentário porém não pode ser concordante com os objetivos relacionados com a linha de Cascais e definidos no PFN, por mais apelativo que o plano possa ser do ponto de vista mediático.
Por um lado, a experiência profissional que tive (sou reformado do metropolitano de Lisboa onde trabalhei na direção de desenvolvimento de infraestruturas e coordenei  a integração das disciplinas específicas ferroviárias na construção das novas linhas , incluindo a preparação dos processos de homologação) impõe-me, inclusivé por imperativo deontológico, que discorde das soluções. 
Por outro lado, o processo de elaboração do PFN está ferido de uma inconformidade grave, que é a de um olímpico desprezo pelo, como dizem os juristas, regime  dos instrumentos de gestão territorial, por exemplo, o PROTAML (plano regional de organização do território da área metropolitana de Lisboa) ou o SUMP (sustainable urban mobility plan). Não admira assim a moção da Assembleia Municipal de Lisboa aprovada em 15dez2022 condenando a falta de transparência na escolha do traçado do prolongamento da linha vermelha do metro.
No primeiro caso, tenho de reconhecer que haverá alguma subjetividade na minha apreciação, uma vez que, possivelmente contrariamente ao senso comum, a engenharia de transportes não é uma ciência exata, é uma prática, uma técnica de conceção, execução e operação sujeita a erros.  
Mas no segundo caso a inconformidade é evidente e contraria os regulamentos comunitários, que são de natureza vinculativa. Isto é, em teoria, Portugal pode ser vítima de um processo de infração pela Comissão Europeia. 
A invocação de que o PFN foi sujeito a consulta pública não será relevante, precisamente porque uma das críticas dessa consulta foi a do incumprimento ou até a insuficiência dos procedimentos do referido regime dos instrumentos de gestão territorial de acordo com as diretrizes comunitárias.
Verifica-se assim, na AML, a continuidade do método seguido desde 2016 de impor soluções por decreto (literalmente, o plano de expansão do metro de 2009 foi aprovado por decreto, sem consulta pública), como a linha circular do metro, como o prolongamento do metro para Alcântara,  e agora, como já dito pelo próprio metro, na escolha do traçado do prolongamento da linha amarela de Telheiras para Benfica sem divulgação pública do que anda a projetar. 
Em resumo, pareceria que as propostas do PFN para a AML deveriam ser precedidas do debate público do PROTAML e do SUMP, o que não se verificou.
A ideia de ligar a linha de Cascais à linha da cintura vem também do decreto de 2009/2010 e está agora conjugada com o prolongamento da linha vermelha do metro. O objetivo final é a desativação da estação de Alcântara Terra (destinada à voragem do imobiliário em claro atentado ao património arqueológico industrial?) com a construção da ligação da linha de Cascais à da cintura e de uma estação subterrânea em Alcântara, mesmo ao lado do caneiro. Tanto a ligação à linha da cintura como a construção da estação são contraindicadas pela complexidade e custos da obra, nomeadamente devido ao estado do caneiro.
Reportando-me ao esquema do PFN concluido, fazer a ligação direta Oeiras-Alverca, através da ligação da linha de Cascais à da cintura, obriga os passageiros do serviço Alverca-Sintra atual a fazer o transbordo em Roma Areeiro, por exemplo. Isto é, substitui-se um transbordo por outro transbordo.
O conceito subjacente é o da substituição das ligações radiais por ligações diametrais. Em minha opinião trata-se de um equívoco análogo ao da substituição de linhas radiais por linhas circulares. Tanto as ligações diametrais como as linhas circulares não são para substituir ligações radiais, mas sim para as complementar. Compreende-se o entusiasmo quase juvenil com que se propõe esta solução invocando-se que em cidades como Paris e Londres ela é adotada. Precisamente porque são cidades com uma boa rede radial, o que não é o caso de Lisboa. Verificou-se o mesmo com a linha circular, decretada em 2009 no mesmo ano em que Londres transformava a sua circular em espiral (ou laço como foi proposto em Lisboa). Em termos técnicos, uma ligação diametral corresponde a duas linhas radiais em série mas em oposição, em que o fluxo de entrada no centro da cidade é superior ao de saída, complicando a regulação da linha por falta de radiais complementares quando se pretendem intervalos curtos ou em caso de avaria por falta de alternativas.
Numa área metropolitana em que a população se foi espalhando para a periferia na fase de crescimento e agora se verifica o extremo despovoamento do centro, não se justificará esta estratégia.
O argumento invocado para a ligação da linha de Cascais á de cintura é a de a integral na rede geral e beneficiar da disponibilidade de material circulante. Convém recordar que a linha de Cascais é uma linha de vocação principalmente metropolitana, não regional nem interurbana, e a experiência de muitas redes metropolitanas mostra linhas com 30 km e que mesmo em redes de metro é possível ter linhas independentes com material diferente de umas para  as outras, até porque a evolução tecnológica pode justificá-lo. 
Tal como transmitido ao CSOP por um dos seus assessores, a linha da cintura não suporta aumentos significativos de circulações, como aliás o próprio PFN reconhece ao prever apenas 4 comboios por hora provenientes da linha de Cascais para a linha de cintura depois da quadruplicação da linha entre Roma Areeiro e Braço de Prata. Qualquer linha tem um capacidade limitada pela distancia de segurança entre comboios, função das suas velocidades, e no caso de linhas partilhadas, pelos tempos de atuação dos aparelhos de via e da comprovação da segurança de circulação (o exagero de "diagonais" ou aparelhos de mudança de via propostos para a linha de Cascais não tem em conta esta dificuldade de operação nem o consequente aumento de necessidades de manutenção).  
Análise da linha de cintura:   https://fcsseratostenes.blogspot.com/search?q=cintura 
O PFN prevê por um lado o aumento da  capacidade da linha de cintura através da construção da TTT (terceira travessia do Tejo), mas por outro lado a sua capacidade estará limitada por uma nova linha ligando a linha do Oeste a Sete Rios  e ponte 25 de abril, e pela necessidade de, através da TTT, servir o novo aeroporto, a linha de Alta velocidade Lisboa-Madrid, o tráfego de mercadorias e ligações de metro da margem ribeirinha sul à margem norte. 
Se se pretende servir a AML, então será preferível garantir as deslocações no seu interior através de linhas de metropolitano, em vez de construir novas linhas suburbanas ou alterar radicalmente a configuração das linhas suburbanas existentes, como é evidenciado no mapa após conclusão do PFN. Particularmente chocante pelo custo da duplicação de um traçado pré-existente, a intenção de prolongar a linha do Oeste em paralelo com o traçado do metro de Senhor Roubado a Campo Grande, e depois a construção de um túnel de Campo Grande para Sete Rios quando o mais económico seria prolongar a linha de metro de Odivelas a Loures e aqui, ou no Hospital Beatriz Ângelo ou no Infantado fazer um interface com a linha do Oeste. Mas infelizmente quem decide não quer ouvir discordâncias.
Gostaria ainda de comentar que a mudança para 25 kV , também para manter a uniformidade com a rede da CP, tem o risco de, para uma tensão mais elevada na proximidade da atmosfera marítima, exigir mais manutenção dos isoladores e do isolamento dos equipamentos de bordo. Tem vantagens, evidentemente, dispensa as subestações dos atuais 1500 VDC, mas exige a presença de um transformador a bordo com o respetivo aumento de peso.
Recordo ainda que em 1995 o volume de passageiros era de 45 milhões por ano.
Análise da linha de Cascais na pág.108 do manual condensado de transportes metropolitanos, breve curso de transportes urbanos:
Em resumo, sem esperanças de que o governo e a IP revertam as suas decisões, dada a evidência anterior de considerarem as suas como as melhores soluções por mais argumentos técnicos que se lhes oponham, deixam-se expressas as principais críticas:
  • a linha de Cascais tem uma vocação metropolitana, carecendo de dinamização das ligações transversais em LRT ou pistas de veículos autónomos, que a alimentassem ao longo das estações como Oeiras e Carcavelos e com todas estações equipadas com parques dissuasores, contraindicando-se a ligação à linha de cintura e as alterações radicais dos serviços propostos
  • o PFN, para além de abstrair das ligações internacionais segundo os padrões da interoperabilidade plena, mistura o serviço metropolitano com os serviços nucleares de alta velocidade, interurbanos, regionais e mercadorias
  • é especialmente gritante a ausência dos procedimentos segundo as diretrizes comunitárias de desenvolvimento dos planos regionais da AML e dos SUMP com o seu desenvolvimento acompanhado dos mecanismos de consulta pública para evitar que os cidadãos se vejam colocados perante factos consumados como tem sido a prática.

sábado, 14 de maio de 2022

Hipóteses para a hipótese remota de desistência da ligação da linha circular entre a Estrela e o Cais do Sodré

 A demora na emissão pela APA do RECAPE do lote 2 da linha circular (Santos-Cais do Sodré) põe pelo menos a hipótese de que tenham reconhecido que a complexidade da obra exige recursos que num país com graves assimetrias seriam mais bem empregues noutros investimentos públicos, desde a melhoria das acessibilidades das e entre as periferias às interligações ferroviárias interoperáveis com a Europa (o que corresponderia ao estrito cumprimento da legislação, desde a lei 2/2020 ao regulamento comunitário 1315/2013, o que inviabiliza o velho argumento de que temos de gastar este dinheiro senão os fundos perdem-se, velho argumento que os decisores não querem reconhecer como falacioso).

Sem qualquer expetativa de atendimento pelos decisores, mas apenas como exercício, académico no sentido figurado, junto um comentário no seguimento de anterior parecer sobre o prolongamento da linha vermelha para Alcântara Terra, em consulta pública até 2jun2022, contemplando várias hipóteses decorrentes da desistência da ligação Estrela-Cais do Sodré, numa ótica de limitação de danos pela decisão anterior pela linha circular:

 


 

A ligação da linha de Cascais e do terminal de contentores de Alcântara à linha da cintura (eixo norte-sul) está prevista no PRR com base num EIA de 2010.

A CML tem insistido no “enterramento” da linha de Cascais entre Algés e Cais do Sodré.

Trata-se de duas intervenções na linha de Cascais que dificilmente se justificarão num plano de mobilidade da AML dum país com dificuldades financeiras.

Numa perspetiva de área metropolitana, pareceria que a vocação da linha de Cascais é essencialmente metropolitana e deveria integrar a rede de metro, por definição um elemento da mobilidade metropolitana (sem prejuízo da funcionalidade dos suburbanos da CP, vocacionados para percursos totais e interestações maiores). O estado atual da linha de Cascais exige a sua modernização, insistindo-se que deveria ser feita segundo os padrões de metropolitano.

O CSOP chamou a atenção para que a ligação da linha de Cascais à linha de cintura teria a limitação desta já estar sobrecarregada pelos serviços entre as duas margens interurbano, regional e suburbano, e pelos serviços na margem norte de mercadorias e do suburbano de Alcântara Terra (a linha de Cascais iria substituir o ramal de Alcântara Terra na ligação à linha norte-sul da ponte 25 de abril). A quadruplicação entre Roma-Areeiro e Braço de Prata não o resolve (só a quadruplicação entre Alcântara e Sete Rios e a sextuplicação entre Sete Rios e Oriente o resolveria). Relativamente à ligação de mercadorias do terminal de Alcântara à linha de cintura sem interferência com o tráfego rodoviário, refiro que é desejável que tenha uma duração limitada de 3 a 4 décadas (pressupondo a transferência para um novo porto de águas profundas Cova do Vapor-Bugio), pelo que poderia fazer-se em viaduto ao longo das ruas de Cascais e Oliveira Miguéns, impondo sobreelevação do viaduto da linha vermelha do metro. O aproveitamento para novo edificado que se está fazendo em toda a zona de Alcântara só por si anula o argumento de obstrução visual, para além de constituir um sério obstáculo à racionalização do PUA e da mobilidade.

Quanto ao “enterramento” por razões estéticas e de acesso da população à beira rio, trata-se de uma despesa supérflua, da ordem de 8km x 60 milhões = 480 milhões de euros que deveriam ser utilizados para facilitar os acessos e a interligação das regiões periféricas da AML.

O acesso à beira rio pode ser feito com passadiços devidamente dimensionados, como é prática em países mais desafogados financeiramente.

Acresce que do ponto de vista do património industrial é uma ação condenável.

Ainda sobre a ligação da linha de Cascais à de cintura, recorda-se que o principal argumento para justificar o erro da linha circular de metro em construção foi a de que iria facilitar a ligação dos passageiros da linha de Cascais à zona de escritórios da Avenida da República. Agora prevê-se o prolongamento da linha vermelha para Alcântara, o que, através da reposição da ligação mecânica Alcântara Mar- Alcântara Terra, como muito bem referido no EIA, asseguraria o acesso dos passageiros da linha de Cascais à zona de escritórios. Ora, se a ligação da linha de Cascais e o metro em Alcântara asseguram o acesso à Avenida da República, então a lógica mostra que a linha circular entre a Estrela e o Cais do Sodré perde a justificação.

Nos desenhos seguintes mostra-se a situação atual e prevista dispensando a ligação da linha de Cascais à de cintura, com várias hipóteses no pressuposto de desistência da construção do lote 2 da linha circular, entre Cais do Sodré e Santos (inclusive), evitando complexas obras.

1 – Situação atual e prevista (linha circular e prolongamento da linha vermelha para Alcântara Terra)

traço fino a preto - ligação da estação Alvito/IP por funicular a Alcântara Terra e por passadiço com tapete rolante a Alcântara Mar

traço fino interrompido – ligação mercadorias em viaduto

 

 

2 – eliminação da ligação Estrela - Cais do Sodré; prolongamento da linha amarela por Poente da Basílica e norte das Necessidades para Alcântara Terra; prolongamento da linha vermelha para Alcântara Mar em viaduto; estação Infante Santo de correspondência; beneficiação da linha de elétrico (“tramway”) entre Cais do Sodré e Campo de Ourique



traço fino a azul – linha de elétrico (“tramway”)

 

 

3 – eliminação da ligação Estrela - Cais do Sodré; prolongamento da linha amarela por Nascente da Basílica e sul das Necessidades para Alcântara Terra; prolongamento da linha vermelha para Alcântara Mar em viaduto; estação Infante Santo de correspondência; beneficiação da linha de elétrico (“tramway”) entre Cais do Sodré e Campo de Ourique



 


4 – eliminação da ligação Estrela - Cais do Sodré; prolongamento da linha amarela por nascente da Basílica para Alcântara Mar em viaduto; prolongamento da linha vermelha para Alcântara Terra em viaduto; beneficiação da linha de elétrico (“tramway”) entre Cais do Sodré e Campo de Ourique

 


 

 

5 - eliminação da ligação Estrela - Cais do Sodré; prolongamento da linha amarela por nascente da Basílica para rua Fradesso da Silveira em viaduto; prolongamento da linha vermelha para Alcântara Terra em viaduto; beneficiação da linha de elétrico (“tramway”) entre Cais do Sodré e Campo de Ourique

 



6 - eliminação da ligação Estrela - Cais do Sodré – pormenor da passagem do prolongamento da linha amarela a Poente e a nascente da Basílica da Estrela

 



Salvo melhor opinião, em vez de discreto desenvolvimento de estudos de viabilidade em ambiente restrito que depois não são facultados apesar de recomendação da Assembleia Municipal de Lisboa nesse sentido (recomendação 122/04 de novembro de 2020), será mais saudável um debate com a sociedade civil, moderado pelas entidades autárquicas em que previamente aos referidos “estudos” de viabilidade sejam discutidas várias alternativas de traçado, subordinadas à visão integrada da mobilidade da área metropolitana. Sei que é dificil aceitar isto para os decisores que se reclamam de maioria absoluta nas eleições legislativas, mas também Bossuet estava muito seguro das suas certezas de procurador divino ao serviço do seu rei absoluto.


Nota: sobre o nó de Campolide ver    https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/08/se-quiserem-ligar-linha-de-cascais.html

 

 




sábado, 21 de maio de 2022

Parecer na consulta pública até 2jun2022 sobre o prolongamento da linha vermelha do metro a Alcântara Terra

Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara do Metropolitano de Lisboa  


Participação (reclamação)

 

Sem contestar a qualidade do estudo prévio e do EIA, a minha participação constitui uma reclamação porque mais uma vez o Metropolitano apresenta factos consumados sem um debate público prévio com análises de várias alternativas. A experiência mostra, o que se lamenta, que a consulta pública dos EIA  já não consegue mudar os traçados. O traçado para o prolongamento da linha vermelha agora proposto fundamenta-se no mapa de 2009 do MOPTC ignorando o mapa do PROTAML de 2002 e a necessidade de integração num plano de mobilidade da AML de que o governo foi incumbido pela lei 2/2020 da Assembleia da República.

Junto o parecer incluindo sugestões.

 

Com os melhores cumprimentos

 


 Parecer

Apesar da elevada qualidade técnica evidenciada no presente EIA em grande diversidade de disciplinas e da fundamentação em extensa documentação, do rigor das análises e da valia das soluções técnicas encontradas em ambiente claramente desfavorável para o projeto de uma linha de metro, o meu contributo é, na classificação adotada, uma reclamação, embora apresente sugestões.

Fundamentalmente, reclamo porque, mais uma vez, o Metropolitano apresenta factos consumados sem um debate público prévio com análises de várias alternativas. A experiência mostra que a consulta pública dos EIA  já não consegue mudar os traçados. O traçado para o prolongamento da linha vermelha agora proposto fundamenta-se no mapa de 2009 do MOPTC ignorando o mapa do PROTAML de 2002 e a necessidade de integração num plano de mobilidade da AML de que o governo foi incumbido pela lei 2/2020 da AR.

Estando em curso a construção da linha circular e tendo já sido apresentadas em anteriores consultas públicas as razões por que os contratos da linha circular assinados em 2020 configuram atos de desobediência a uma lei, a referida 2/2020 (o argumento repetido de que a suspensão da construção da linha circular era uma recomendação esbarra na prática corrente de que as recomendações são inseridas em Resoluções da AR, e não em leis, como aliás se vê pelo texto do art.282: “O Governo promove, durante o ano de 2020, as medidas necessárias junto da empresa Metropolitano de Lisboa, E. P. E., para suspender o processo de construção da Linha Circular entre o Cais Sodré e o Campo Grande, devendo ser dada prioridade à expansão da rede de metropolitano até Loures, bem como para Alcântara e a zona ocidental de Lisboa.”

Tendo o próprio Tribunal de Contas ignorado a lei ao visar contratos em 2020, será inútil propor agora o recuo da linha circular com base em que, do ponto de vista técnico, de planeamento de redes, a existência desta linha circular complica extremamente a expansão das redes de transporte coletivo, a menos que se aceite o desperdício dos dinheiros nela investidos.  Não o sugiro portanto, embora tenha conhecimento de que decorre no TAF/gabinete de interesses difusos,  uma ação para a suspensão da construção da linha circular tendo em consideração a desobediência à lei. 

Segundo o plano de expansão do metro de 1974, que serviu de base aos seus prolongamentos estruturantes,  ficou por executar o prolongamento para Alcântara Mar, para correspondência com a  linha de Cascais. De acordo com este conceito, foram pensados os prolongamentos para Alcântara Mar e para Algés, que não tiveram o acordo dos sucessivos governos nem viabilidade atendendo à crise de 2008. Comparativamente com a situação prevista (linha circular +  prolongamento a Alcântara Terra) teria sido mais consistente o prolongamento de uma das duas linhas, amarela ou vermelha, para Alcântara Mar e a outra para Alcântara Terra com seguimento para Algés, a ligação pedonal subterrânea entre as estações mais próximas das duas linhas na zona da Estrela e a modernização da ligação por tramway Cais do Sodré-Santos-Estrela-Campo de Ourique.

A aprovação do mapa de 2009 foi-o apenas por despacho duma secretaria de Estado seguida de consulta de municípios que naturalmente, vendo nele prolongamentos do metro pesado para os seus territórios (Ramada/Bons Dias, Hospital Beatriz Ângelo/Infantado, Hospital Fernando da Fonseca, Sacavém), deram o seu aval, sem que se tivesse seguido uma consulta pública. Em 2016 é decidida pelo metropolitano, de acordo com a CML e o Ministério do Ambiente, a prioridade da linha circular sem, o que é muito grave do ponto de vista técnico, qualquer análise de custos benefícios comparativa com alternativas  válidas (apenas se comparou a linha circular, com interface com um gerador de tráfego como a linha de Cascais, com o prolongamento para Campo de Ourique, com menor capacidade de atração).

Curiosamente, o plano de expansão do metro de 2009 não figura no plano estratégico 2008-2020 do próprio MOPTC publicado alguns meses antes.

O  PDM de agosto de 2012 não refere a linha circular, antes a expansão a Alcântara, conforme o seu art.81.3:   2) Objetivos/Termos de referência 

… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …

e) Marcar uma nova centralidade urbana em Alcântara, com a potenciação de novas ligações ferroviárias, a extensão da rede do metropolitano e a qualificação e criação de novos corredores de transporte público; 

 

Também o PAMUS de 2016 é omisso quanto à linha circular, vindo o PAMUS de 2019 a inclui-la, no seguimento da referida atribuição pelo metro de prioridade à linha circular.

A atribuição de prioridade à linha circular colide com o espírito e a letra do PROTAML 2002 (recorda-se que as propostas de alteração 2008-2011 não foram aprovadas, como o presente EIA refere), contrariamente ao afirmado em anteriores EIA, sem que a APA tenha feito a correção, ao privilegiar o centro da cidade em detrimento do serviço das periferias num círculo de 10 km de raio.

Estas referências servem apenas para deixar expressa a inconformidade dos procedimentos que têm sido seguidos na elaboração dos planos de ordenamento do território, conforme a referência  pelo presente EIA de projetos abandonados sem a divulgação de consultas públicas que validassem a alteração de planos (citados no EIA o abandono do PUA, que aliás necessita de remodelação profunda, e do plano de pormenor das Amoreiras) . Seria desejável que a APA evidenciasse a conveniência de compatibilizar os procedimentos  com o art.165º. 1 . z)  da Constituição da República Portuguesa, que atribui à Assembleia da República a competência exclusiva para legislar sobre bases do ordenamento do território.

Embora o EIA reproduza o extrato de um normativo do metro que prevê o raio mínimo de curvatura em exploração de 250m, a verdade é que esse valor induz desgaste anormal dos rodados e dos carris, obrigando a reduzir os períodos de reperfilagem dos rodados e de substituição dos carris. Não poderá invocar-se que é assunto tecnicamente irrelevante do foro da gestão técnica do proponente, uma vez que a substituição de carris e o consumo adicional de energia devido ao maior atrito nas curvas contribui para o agravamento da “pegada ecológica” do metro. A observação do perfil da linha (ponto 4.4.3) mostra uma incidência exagerada de raios curtos que seria desejável corrigir.

 

Resumo das sugestões:

1 – a sociedade civil não foi ouvida para propor traçados alternativos antes da situação atual praticamente irreversível (ver pontos a ) instando-se assim que a APA recomende a urgente elaboração de um plano de mobilidade da AML, preferencialmente por concurso público internacional

2 – sugere-se estudar com urgência traçados alternativos para eliminar as curvas de pequeno raio (ver pontos b)

3  - sugere-se estudar como alternativa a correspondência com a linha de Cascais em Alcântara Mar em viaduto  (ver ponto a1)

4 – sugere-se aumentar a velocidade máxima de projeto para 70 km/h, que aliás já foi praticada no metro na linha vermelha quando beneficiou de condução automática, valorizável em função da poupança de tempo nas deslocações

5 – considerando a possibilidade de desenfumagem, sugere-se a instalação de ventiladores de impulso acoplados ao teto da galeria em substituição do PV3, entre a estação Infante Santo e  o início do viaduto

6 – sugere-se a revisão das condições de ventilação da estação Alcântara no caso de não estar prevista atendendo às suas caraterísticas (peço desculpa se está prevista e por lapso meu não detetada)

7 – consultados os desenhos 1.15, 1.16 e 1.17, verifica-se que no corte à cota 13m das rodovias do lado norte os acessos A e G garantem  em segurança o acesso ao átrio e ao cais do LIOS; no entanto, presume-se que o acesso B “dá” diretamente para um passeio e as rodovias do lado sul, o que configura uma situação de risco inaceitável, mesmo com barreiras de proteção e semaforização de passadeira de peões. Do lado sul, sendo o acesso C em túnel sob as rodovias sul, para a rua de Alcântara, parece estreito; o acesso F conforme o des.1.15 está representado por A no alçado sul do des.1.16, o que parece um erro, e terá origem na Calçada da Tapada à cota 10m conforme referido nos desenhos 1.12 e 1.13.  O túnel do acesso F não está representado em corte no des.1.17, em escada ou rampa para o nível LIOS. Será de encarar subir o perfil das rodovias do sul a exemplo das do norte? Duma maneira geral estes desenhos parecem ser de difícil interpretação e estão pouco explícitos.

Sugere-se a revisão das saídas de emergência eventualmente com alargamento das previstas e criação de outras, por exemplo nos topos da estação e a clarificação dos desenhos.

8 – considerando o desenho de interferências da estação Alcântara com o edificado, parece que a sobreposição das vias de acesso à ponte relativamente à rua Quinta do Jacinto vai obrigar não só ao corte e inutilização de vários edifícios, como à reformulação total do esquema de circulação do bairro pelo que se sugere a assunção da necessidade de deslocar a referida rua em translação para norte ou a criação de novos arruamentos orientados para a saída pela rua da Cruz de Alcântara, com destruição de mais edificado. Trata-se de trabalhos que devem constar da empreitada porque em caso de emergência no bairro haverá graves limitações para evacuação, sugerindo-se a clarificação dos desenhos

9 – como alternativa sugere-se um estudo prévio com o reposicionamento da estação de metro o mais próximo possível da estação de Alcântara Terra da IP (no pressuposto de que se justificaria um interface com o metro se não for feita a ligação linha de Cascais-linha de cintura), uma ligação hectométrica do tipo funicular entre o cais previsto da estação Alvito da IP e a estação do metro (comprimento 500m/desnível 30m), ligações pedonais aéreas cobertas entre as estações do metro e da IP Alcântara Terra e Alcântara Mar incluindo tapetes ou  escadas rolantes e elevadores (comprimento 600m). É verdade que se perderia o interface expedito com o LIOS mas não há certezas quanto ao LIOS e a alternativa preferível a este, como bem referido no EIA, poderá ser o prolongamento da linha vermelha a Algés/Jamor e a modernização das linhas de elétrico 15 e 18 (com eventuais mudanças de traçado e eliminação de estrangulamentos com viadutos ou túneis). Caso se insista no LIOS, então sugere-se a estação de correspondência metro-LIOS no Alto de Santo Amaro,  prolongando-se a linha vermelha até aí.

10 – sugere-se uma análise custos benefícios comparativa entre o método construtivo NATM e o TBM (vantagem ecológica deste; exemplo de referência ponto 4.6.2.6 , fig.72) com hipótese de encomenda desse equipamento não proprietária pelo empreiteiro para economia de prazos

11 – sugere-se a correção da fotomontagem da página 66 de modo a não dar a impressão de que as vias rodoviárias de acesso à ponte estão sob o telhado da estação de metro quando estão ao lado

12 – o projeto de ligação da linha de Cascais à linha de cintura e ligação para mercadorias  do terminal de Alcântara vem mais uma vez demonstrar a necessidade de, sugerindo-se em moldes efetivamente participativos, reformar o PUA (incluindo a reformulação do nó de Alcântara/Av.Índia/R.Cascais) e elaborar o plano de mobilidade da AML sem subordinação a decisões prévias discricionárias (ver pontos a2 e a4)

13 -  sugere-se descrição ilustrada da passagem pedonal aérea sobre a Av.Infante Santo de acesso à estação de metro, solicitando que considerem sem efeito no caso dela já constar não a tendo detetado por lapso (pontos 4.6.2.3 e 4.6.3.2)

14 – no ponto 4.5 informa-se que o valor global previsto para o investimento é de 304 milhões de euros, sugerindo-se que se clarifique que, salvo erro meu, é apenas para os trabalhos de construção de toscos, não incluindo os trabalhos das especialidades complementares.

 

Análise complementar:

a1 - Apesar do anúncio oficial de intenções no sentido de privilegiar a Autoridade Metropolitana de Lisboa com capacidade de decisão, não existe ainda um plano de mobilidade da AML, uma vez que o mapa de 2009 do MOPTC não foi submetido a consulta pública nem aprovado pela AR conforme determinado pelo já referido art.165º. 1 . z) da CRP .

Corre-se assim o risco de ir aprovando pequenas intervenções que vão criando incongruências entre fases sucessivas. Seria portanto pertinente que da avaliação do presente processo resultasse uma proposta para urgente elaboração do plano de mobilidade da AML suportada por algumas hipóteses não exaustivas de traçados.

Como mera sugestão junto:  https://1drv.ms/p/s!Al9_rthOlbweuiRClT1VCq2KQROZ?e=LUrqc9

Propostas avulsas que podem interferir com o presente projeto para Alcântara Terra são a ligação da linha de Cascais à linha de cintura, a ligação para mercadorias do terminal de contentores de Alcântara a Alcântara Terra, o traçado do LIOS de Algés/Jamor a Alcântara, o enterramento da linha de Cascais Algés-Cais do Sodré, a intervenção na reorganização do bairro do Alvito atendendo à supressão da rua da Quinta do Jacinto e  subsequente corte de vários edifícios e reconfiguração do esquema interno de circulação do bairro, a reconfiguração do nó rodo e ferroviário na junção Av.Índia-R.Cascais  (ver pág.94 de https://1drv.ms/b/s!Al9_rthOlbwehWMdmBJ_Q06Wk7XH   ;        obs: tendo a figura da pág.95 sido elaborada antes da venda do terreno onde foi construído o hospital da CUF-Tejo, o término da linha vermelha deveria estar sobre a estação de Alcântara Mar da linha de Cascais) e do PUA, além da condicionante principal, a linha circular.

a2 -  Ligação linha de Cascais-linha de cintura – caso se pretenda concretizar esta ligação, deverá ter-se em atenção que a linha de cintura apenas está quadruplicada entre Sete Rios e Roma/Areeiro (prevista a quadruplicação a curto prazo entre Roma/Areeiro e Braço de Prata, assegurando-a até Alverca). A ligação da linha de Cascais substituiria o ramal de ligação a Alcântara Terra e teria de inserir os seus comboios com o mesmo ritmo desta, isto é, 2 comboios por hora, atendendo a que os comboios da Fertagus têm atualmente um intervalo de 10 minutos  e têm de se compatibilizar com o serviço interurbano e regional da CP (notar que de Sete Rios para a ponte 25 de abril a via é direta, mas para Alcântara Terra ou futuramente a linha de Cascais é necessário fazer a agulha, felizmente em desvio desnivelado, com o tempo de segurança que isso implica); a fluidez do tráfego entre as linhas de Cascais e de cintura também é condicionada pelo troço em via única entre a projetada nova estação da IP de Alcântara Terra (esquina R.Cascais-R.Fradesso da Silveira) e a linha de Cascais e a sua partilha com as mercadorias do terminal de Alcântara . Recorda-se o parecer negativo do CSOP sobre este assunto. Para se obter uma capacidade compatível com uma procura admissível de 45 milhões de passageiros para a linha de Cascais a repartir pela linha de cintura e pelo troço Alcântara-Cais do Sodré, teria de se quadruplicar a linha entre Alcântara e Sete Rios, e sextuplicar entre Sete Rios e Braço de Prata, numa zona urbana em que esse investimento parecerá mais adequado para um troço de metropolitano (ver o esquema unifilar do nó de Campolide em              https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/08/se-quiserem-ligar-linha-de-cascais.html  ).

a3 – nas alternativas de traçado em Alcântara  mencionadas no EIA (ponto 2.2), sugere-se a consideração do traçado seguinte à estação Infante Santo passar sob a Praça da Armada e o Tribunal Marítimo e com o término em viaduto sobre a linha de Cascais/estação Alcântara Mar para correspondência direta com esta.

Este traçado permite a dispensa, além do LIOS, da ligação da linha de Cascais à linha de cintura, ver hipótese seguinte com abertura da próxima linha circular (e término em Estrela) de modo a assegurar a ligação direta do Jamor à Avenida da Republica, Campo Grande e Odivelas com o custo dum prolongamento do metro de 7,5 km (este traçado é comparável, para efeitos de ACB, com a ligação Jamor-estação de metro Alcântara Terra-linha vermelha até Oriente ou Sacavém, mantendo-se a linha circular e recriando a ligação mecânica Alcântara Terra-Alcântara Mar):


 

a4 – é possível compatibilizar a estação aérea de Alcântara do metro com um traçado em viaduto ao longo da rua de Cascais e da rua Oliveira Miguéns para a ligação de mercadorias do terminal de contentores à estação Alcântara Terra da IP, evitando o traçado subterrâneo caso se desista da ligação da linha de Cascais à de cintura (notar que as dificuldades e os riscos de construção desta ligação subterrânea também seriam evitados com um traçado subterrâneo em terrenos mais favoráveis, a nascente do caneiro e do hospital CUF-Tejo).

Para que o viaduto das mercadorias pudesse passar sob o viaduto do metro, o traçado do metro vindo de Infante Santo poderia passar a poente do Palácio das Necessidades, sob o entroncamento da rua da Costa  com a rua Capitão Afonso Pala (cota 27m), com sacrifício de alguns edifícios. Recuando a estação para mais próximo da estação de Alcântara Terra da IP permitiria reduzir  a ocupação no sentido transversal na rampa de acesso à ponte 25 de abril. Ver figura seguinte (pressupostos: cota da rua Prior do Crato 5m, PBV do viaduto do comboio de mercadorias 12m, cota do PBV do viaduto do metro 19,5m, cota do PBV do viaduto do metro depois de cruzar a rua da Costa 16,5m, cota da rua da Costa no cruzamento com o traçado do metro 23m, cota da rua Capitão Afonso Pala 27m)


 

b1 – sugere-se o aproveitamento da profundidade da via existente, junto do Palácio da Justiça, para prosseguir sob os prédios da Av.Marquês da Fronteira e sob o terreno da urbanização Artilharia Um aumentando o raio da curva e aproximando a estação Amoreiras do centro comercial com eventual alteração dos percursos de saída deste. Embora não obrigatoriamente, a deslocação da estação Campo de Ourique para nascente   permitirá também aumentar os raios das curvas. Insiste-se que um traçado com raios de curvas da ordem de 250m ou 350m são um factor de grave aumento do desgaste dos rodados e dos carris, com todas as implicações de aumento de custos de manutenção, para além de consumo adicional de energia por aumento de atrito:


 

b2 - Em alternativa à passagem a nascente do centro comercial,  por poente seria mais fácil obter raios de curva mais favoráveis bem como melhor interface com um parque de estacionamento dissuasor no plano de urbanização de Camp de Ourique norte:


                            

PS - exercício com hipóteses de traçados após eventual desistencia da linha circular: https://fcsseratostenes.blogspot.com/2022/05/hipoteses-para-hipotese-remota-de.html