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Casa de Ferreyra & Pizzi, espeto de pau para o Boavista

O primeiro golo do avançado argentino ao serviço dos encarnados e o quarto tento em dois jogos para o campeonato do médio português pintaram a vitória por 2-0 do Benfica frente ao Boavista, que deixa os encarnados à espera dos resultados dos rivais

Tiago Oliveira

Ferreyra celebra o primeiro golo com a camisola do Benfica

Getty Images

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Meu querido mês de agosto (obrigado, saudoso Dino Meira). Regressam os emigrantes, o sol e o futebol. Que o digam também Ferreyra e Pizzi que, com as devidas diferenças, voltaram aos golos para assinar o 2-0 com que o Benfica bateu o Boavista e carimbou a segunda vitória para os encarnados em duas jornadas de Primeira Liga.

Foi a estreia do avançado argentino a marcar oficialmente com a camisola benfiquista, enquanto o médio continuou o grande início de temporada ao apontar o quarto golo em dois jogos para o campeonato e a dar ideia que o aparente apagão da época transacta terá sido mesmo só isso: um aparente apagão.

Já Ferreyra procura aproveitar as ausências de Castillo e Jonas por lesão para marcar pontos. Algo que, diga-se em abono da verdade, não tem sido uma tarefa de sucesso para o argentino. Contratação sonante no início da época, o avançado tem parecido um corpo estranho junto do jogo coletivo dos colegas e, não fosse estas ausências forçadas, provavelmente não teria sido titular.

Quis o destino que assim fosse e, como se sabe, o futebol é pródigo nestas coisas. Ou não tivesse sido o ponta-de-lança a desbloquear o marcador para o Benfica num lance pleno de raça e classe técnica. Mas já lá vamos.

Ferreyra foi mesma a única alteração no onze que garantiu a passagem à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, numa prova de confiança de Rui Vitória naqueles que têm sido os habituais titulares no arranque de 2018/2019. O mesmo princípio seguido por Jorge Simão que, após o arranque vitorioso fora de portas em Portimão, repetiu a equipa inicial para tentar os três pontos em casa.

E o começo de jogo pareceu mostrar ao que vinha o Boavista. Transição rápida, toque de David Simão para uma avenida na esquerda da defensiva encarnada (um ponto constante de preocupação) onde surgiu Carraça a cruzar para um falhanço clamoroso de Falcone à boca da baliza. Estavam decorridos apenas três minutos de jogo e os axadrezados entravam fortes, sempre a tentar pressionar o Benfica na saída de bola.

Foi sol de pouca dura. Se é certo que o adiantamento de Grimaldo criava espaço nas costas da defesa, também não deixa de ser certo que o envolvimento ofensivo do espanhol contribuiu para o assumir de controlo por parte dos encarnados, mesmo sem grande brilho. Aos sete minutos, André Almeida disparou de longe para boa defesa de Helton e o Benfica foi-se acercando da área boavisteira.

Erros e velocidade

Apesar de as oportunidades flagrantes escassearam, os encarnados estavam mais perigosos. Com Gedson e Salvio em destaque, a velocidade aumentava e adivinha-se o golo do Benfica, se bem que teve que ser um erro do Boavista e a crença de Ferreyra a provocar o primeiro golpe. Até aí aparentemente alheado do jogo, o avançado apercebeu-se que Carraça e Idris estavam distraídos e aproveitou para roubar a bola na raça e rematar com classe fora do alcance de Helton. 1-0 aos 35 minutos e jogo desbloqueado.

O Boavista procurou reagir mas sem conseguir incomodar muito enquanto os encarnados controlaram até final da primeira parte. No arranque dos segundos 45 minutos, o Benfica entrou forte com vontade de fazer o golo da tranquilidade e esteve próximo de o fazer logo no reatar da partida por intermédio Salvio, sem sucesso.

David Simão ainda esteve próximo de empatar de bola parada aos 56 minutos, só que Vlachodimos estava atento. Foi o canto de cisne dos axadrezados, que pouco depois se viram a perder por 2-0 aos 65 minutos. Mais um erro do Boavista que viu Neris a tentar passar a bola por cima do Salvio, com o argentino a roubar e a soltar-se pela direita até fazer o passe atrasado para Pizzi que, de fora da área, rematou sem hipóteses para colocar o triunfo quase nas mãos do Benfica.

Só faltava mesmo o quase, que não se viu muito ameaçado por parte de um Boavista descrente e com pouca capacidade após o 2-0. O resultado ainda se podia ter avolumado mais com outra eficácia na finalização, mas o marcador acabaria por não sofrer alterações.

É a segunda vitória em duas jornadas para o Benfica que continua a dar boas indicações e tentar integrar os novos e os velhos no seu querido mês de agosto. Até porque agora surgem no horizonte os gregos do Paok.