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PRESSÕES DO PS SOBRE A JUSTIÇA

As conversas telefónicas entre Paulo Pedroso, António Costa e Ferro Rodrigues revelam porque o Ministério Público não teve dúvidas em recear tentativas de perturbação do processo que motivou, a prisão preventiva do deputado socialista. A direcção do PS já ontem reagiu e repudia as “interpretações abusivas” de escutas aos dirigentes.
18 de Outubro de 2003 às 00:54
De acordo com novos dados revelados pela SIC, quatro horas antes da conferência de Imprensa de Paulo Pedroso os dirigentes socialistas já sabiam o que ía acontecer e terão tentado exercer pressões até através do Presidente da República. Ferro Rodrigues disse a Jorge Coelho que “o almoço não serve para nada”. De acordo com o Ministério Público, tratou-se de um encontro entre Jorge Sampaio e o Procurador Souto Moura.
Mais, as pressões terão chegado ao procurador João Guerra. António Costa disse a Paulo Pedroso que talvez fosse altura de o seu irmão, o advogado João Pedroso, o procurar. “O João Guerra está incontactável, tá numa reunião”, disse mais tarde João Pedroso ao seu irmão.
Poucos minutos antes da comunicação de Pedroso, conclui-se que já não há nada a fazer. “O Procurador-Geral disse ao António que achava que já tinha ido tudo para o TIC”.
FRASES DAS CONVERSAS
Às 09h02 António Costa diz a Pedroso: “Já fiz o contacto”. O deputado responde: “Sim”. Costa disse que ía falar imediatamente com o procurador do processo, “portanto, o Guerra”. “Receio que a coisa já esteja na mão do juiz visto que é o juiz que tem de se dirigir à Assembleia. Pá, talvez o teu irmão seja altura de procurar o Guerra”.
Às 10h50 João Pedroso disse ao irmão: “O João Guerra está incontactável. Tá numa reunião, mas penso que é aquela que nós sabemos”. Paulo Pedroso responde: “O procurador-geral disse ao António que achava que já tinha ido tudo para o TIC”.
Logo a seguir, António Costa volta a falar com Paulo Pedroso: “O procurador-geral falou com o magistrado do Ministério Público porque lá o dito Guerra tá lá com ele. E disse-lhe, eh pá, o problema é que isso já está nas mãos do juiz”.
Às 12h22 Ferro Rodrigues disse a Jorge Coelho: “O almoço não serve para nada”. De acordo com o Ministério Público, tratava-se de um almoço entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República. A pressão poderia ser então exercida através de Jorge Sampaio.
Às 19h30 António Costa disse a Ferro Rodrigues que estava a chegar “a casa do Júdice” e afirmou ter conhecimento de que “uma testemunha da Judiciária não é fiável”.
Numa nova conversa telefónica Ferro Rodrigues diz a António Costa: “Tou-me cagando para o segredo de Justiça”.
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