Portugal tem mais 7000 milionários do que em 2016

Relatório publicado pelo Crédit Suisse mostra que menos de 1% da população mundial (a maioria, milionários norte-americanos) detém 45,9% da riqueza do planeta.

Foto
Rui Gaudencio

O mundo está globalmente mais rico, as desigualdades aumentam e Portugal tem este ano mais milionários do que em 2016. Esta é uma leitura possível do relatório Global Wealth 2017, publicado nesta terça-feira pelo Crédit Suisse

Dos números deste estudo, é possível verificar que Portugal passou a ter, este ano, mais sete mil milionários (detentores de um património superior a um milhão de dólares, equivalentes a pouco mais de 850 mil euros). São 68 mil, o que significa mais 11,5% do que em 2016 – um número que tenderá a crescer –, como referem os diários Jornal de Notícias e Negócios na leitura que fazem do relatório suíço.

Paralelamente, confirma-se também este ano que um número de milionários que significam menos de 1% da população mundial detém 45,9% de toda a riqueza do planeta, onde 70% vivem com menos de 10 mil dólares/ano

Ainda nos dados respeitantes ao nosso país, fica-se a saber que, globalmente, Portugal está 7% mais rico do que em 2016: acumulou 750 mil milhões de dólares (perto de 640 mil milhões de euros). E que é um dos três países europeus (ligeiramente acima da República Checa e da Eslovénia) com um património médio anual próximo dos 100 mil dólares.

Segundo o Negócios, que cita um estudo da Schroders, 29% dos portugueses aplicam as suas poupanças em depósitos, o que significa a maior percentagem a nível mundial nesta valorização da poupança em detrimento do investimento.

Já o Jornal de Notícias, no cruzamento que faz com outros estudos, nomeadamente o ranking da revista Exame, confirma que a família Amorim (cujo patrono, Américo Amorim, morreu em Julho) continua a liderar a lista dos mais ricos em Portugal, com uma fortuna acumulada de 3800 milhões de euros. Seguem-se Alexandre Soares dos Santos (grupo Jerónimo Martins, proprietário da cadeia Pingo Doce), com 2500 milhões; a família Guimarães de Mello (Grupo José de Mello, Brisa, CUF, EFACEC), com 1470 milhões; surgindo na quarta posição Belmiro de Azevedo (Grupo Sonae, proprietário do PÚBLICO), com 1310 milhões.

No seu conjunto, as 25 maiores fortunas de Portugal, com os seus 18.800 milhões de euros (em 2016, eram 15,5 mil milhões), significam 10% do PIB do país.

Já no panorama mundial, sem surpresa, a América do Norte concentra cerca de um terço da riqueza global, com 101 biliões de dólares, dos 280 biliões contabilizados no relatório Global Wealth 2017. E aqui confirma-se também a predominância dos Estados Unidos, que encabeçam todas as listas: apresenta mais de 15 milhões de milionários, que, no conjunto, significam mais de 93 biliões de dólares.

Neste país, o homem mais rico (também do mundo) deixou este ano de ser o patrão da Microsoft, Bill Gates, que viu o seu património de 89.300 milhões de dólares ser ultrapassado pelos 95.700 milhões do patrão da Amazon, Jeff Bezos.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários